3 Conto da Vampira: Noturna Nômade

Vinhos,versos e veias |Covil Digital de uma vampira Insone....

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Noturna Nômade





Sob o manto aveludado da noite,
Ela desperta, eternamente jovem.
Seus olhos, poços de séculos vividos,
Brilham com o fogo de mil luas.

Vampira boêmia, alma errante,
Dança entre sombras e luz de velas.
Seu sangue, vinho tinto envelhecido,
Embriaga-se de arte e liberdade.

Com unhas pintadas de escarlate,
Dedilha violinos fantasmagóricos.
Sua voz, um sussurro de eras passadas,
Canta baladas de amor imortal.

Nos cafés à meia-noite,
Conspira com poetas e pintores.
Sua pele de mármore reflete
O brilho efêmero de vidas mortais.

De cidade em cidade vagueia,
Caravana de um só membro.
Leva consigo apenas memórias
E uma sede insaciável por experiências.

Seus beijos, doces como absinto,
Embriagam almas desavisadas.
Mas seu coração, ah, seu coração,
Pertence à estrada e ao horizonte distante.

Nas noites de lua cheia,
Dança fogueiras com espíritos ciganos.
Seu vestido de seda negra rodopia,
Misturando-se às sombras da floresta.

Vampira, boêmia, cigana,
Três almas em um corpo eterno.
Imortal, porém sempre em busca
Da essência fugaz da vida.


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