3 Conto da Vampira: Bom Dia Amigo

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Bom Dia Amigo







- Bom Amigo - "Agora você tem seu império".Já passava das duas da manhã quando finalmente Adriano conseguiu terminar seu conto de terror. Era um conto especial. Não que fosse seu melhor. Mas era o primeiro em quase 40 dias. Depois de um longo período sem inspiração, finalmente Adriano conseguia escrever novamente."Amanhã devo agradecer a meu amigo Adilson pela luz que me trouxe", pensou aliviado.Satisfeito, Adriano não se conteve. Mesmo exausto, decidiu passar imediatamente por e-mail o novo conto a seus leitores. Um segundo após desconectar a linha, seu telefone tocou."Quem estaria me ligando tão tarde?", pensou."Adriano, sou eu, Adilson. Estou ligando porque fiquei feliz em ter sido personagem principal de seu último conto"."Puxa, mas eu acabei de mandar o texto e você já leu"."Li. E gostei tanto que tive uma idéia para um novo conto."Entusiasmado, Adriano ouvia o amigo ao mesmo tempo que digitava desesperadamente as idéias. Desligado o telefone, não conseguiu pensar em mais nada a não ser terminar aquela assombrosa história, que acabaria sendo a melhor de todas. Conseguiu fazê-lo às seis da manhã."Dois contos em um noite! Incrível". Era quase hora de sair para o trabalho mas, exausto, Adriano caiu no sono ainda enquanto tentava entender porque Adilson lhe tinha sido tão inspirador.O barulho na rua foi mais forte que seu cansaço e Adriano acordou. O relógio não mentia. Eram duas horas da tarde. Apressado, vestiu-se e saiu sem olhar para trás. Chegou ao trabalho com três boas desculpas prontas para explicar o atraso.Não precisou de nenhuma. Foi informado pelo porteiro que a empresa estava fechada por luto. Sem perguntar nada além do endereço do velório, correu para o cemitério já sabendo inconscientemente o que tinha acontecido. Lá não encontrou ninguém. Na saída, reconheceu Ênio, seu colega de trabalho."O que aconteceu?""Um atropelamento. Eram dez horas da noite de ontem. Adilson voltava para casa e não viu o ônibus se aproximando. Foi uma morte terrível. O corpo foi enterrado nesta manhã". As palavras deixaram Adriano aterrorizado. Afinal, após sua morte Adilson havia se comunicado com ele. Por que? Tentava entender quando Ênio o surpreendeu com uma última pergunta."E você, conhecia Adilson?"Confuso, Adriano não evitou uma resposta óbvia."Como assim, sou Adriano, trabalhava com ele. E com você"."Comigo? Mas eu não conheço nenhum Adriano. Espere... Sim, no começo havia um jovem Adriano, diagramador. Você até que se parece com ele. Mas foi por pouco tempo. Na primeira semana de trabalho ele morreu atropelado por um ônibus. Logo ele que gostava de escrever contos de terror".Ênio ainda terminava seu raciocínio quando se lembrou. "Ele morreu exatamente como Adilson. Que coincidência. Talvez eles estejam juntos, em algum lugar, escrevendo histórias de terror agora".


Autor: Claudio Milan

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