terça-feira, 28 de janeiro de 2025

L'ange de diamant

Anjo diamante

Persona inconstante 

Sabedoria anarquista

De improviso de artista


Asas de cristal partido

Voando sem destino

Entre o céu proibido

E o inferno infinito


Brilho de estrela caída

Na noite dos mortais

Uma graça corrompida

Nos becos marginais


Anjo de luz difusa

Dançando entre dois mundos

Sua beleza confusa

Seduz os moribundos


Diamante lapidado

Pelo tempo e pela dor

Um anjo machucado

De infinito esplendor.


Praia grande|28 de janeiro 2025



sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

ARQUITETURA DE MEUS VÍCIOS



Arquitetura de meus vícios,

Colunas de absinto sustentam

Paredes do meu desejo

Caindo em ruínas...


Cada vício, um quarto secreto

Cada garrafa, uma porta entreaberta

Para labirintos de esquecimento

Onde a razão não penetra


Meu corpo é um território ocupado

Por exércitos de prazeres

Destruindo fronteiras

Da moral, da decência


Sou templo e prostíbulo

Sagrado e profano

Arquiteta de minha própria

Demolição lenta.






quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Ela o amou com seus espinhos...

 ...


Eagora o destroi com o mesmo

Acusando-o de agressão 

O agride pelas costas

Com espinhos da solidão.|■■■





Psiu no horizonte

 

Ouviu tão gentil

Oum psiu no horizonte
um misterio triunfante
calorosa presença distante,
que nutre a alma que esta presente
quem será aquele que chama ?
(tão intrigante),,.
olho para o sol no horizonte
vejo uma sombra que se esconde ,
se manifesta como um fantasma,
foge como o diabo da cruz no monte.
quem é esta voz tão constante? 
ouço não vejo,vou a frente sem almejo
por um minuto temo,
era apenas o reflexo do que fui ontem.

16/01/25 -praia grande SP


quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

sábado, 7 de dezembro de 2024

Me proibiu de falar em rosas....

 | por pensar que era unica dona do jardim.|

      (Ela inteiramente ja havia roubado a Rosa de outros lugares e acreditava ser unica dona).


Há tantos jardins e rosas 

Tantas prosas. 

Mas sua obsessão por rosas

É sem fim.

Morda-me ou Delire

 ... suplemento de passagens secretas.

 Sou teu delirio,teu sonho

Toque seus labios em minha nuca

Ou esqueça -me em teus sonhos.

sábado, 30 de novembro de 2024

Meu amigo Lobo dos olhos âmbar

 Tenho um amigo lobo,

um eremita das florestas,
morador de uma morada solitária,
engolida pelo abraço da natureza.

É uma alma silente,
que degusta o néctar rubro do vinho,
e deixa seu uivo cortar o véu da noite,
uma oferenda à lua cheia.

Meu amigo lobo,
carrega a alma despida,
transparente como o cristal.

Mas por que tanto exílio?
Olha o arrebol tingir o firmamento,
com lágrimas que escorrem do ontem.
O presente é um eco distante,
esquecido nos confins do agora.

Ele coleciona retratos desbotados,
vestígios de lobas que partiram,
fugiram para estados além,
deixando rastros na memória.

O amor, uma dor cravada no peito,
não conhece epílogo.
Como um devoto do sofrimento,
ele se desfaz, gota a gota,
alimentando-se de lembranças.

Um canceriano, prisioneiro da sina,
que abraça o espinho da saudade,
e dança na chuva das suas próprias lágrimas.

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Noturna Nômade





Sob o manto aveludado da noite,
Ela desperta, eternamente jovem.
Seus olhos, poços de séculos vividos,
Brilham com o fogo de mil luas.

Vampira boêmia, alma errante,
Dança entre sombras e luz de velas.
Seu sangue, vinho tinto envelhecido,
Embriaga-se de arte e liberdade.

Com unhas pintadas de escarlate,
Dedilha violinos fantasmagóricos.
Sua voz, um sussurro de eras passadas,
Canta baladas de amor imortal.

Nos cafés à meia-noite,
Conspira com poetas e pintores.
Sua pele de mármore reflete
O brilho efêmero de vidas mortais.

De cidade em cidade vagueia,
Caravana de um só membro.
Leva consigo apenas memórias
E uma sede insaciável por experiências.

Seus beijos, doces como absinto,
Embriagam almas desavisadas.
Mas seu coração, ah, seu coração,
Pertence à estrada e ao horizonte distante.

Nas noites de lua cheia,
Dança fogueiras com espíritos ciganos.
Seu vestido de seda negra rodopia,
Misturando-se às sombras da floresta.

Vampira, boêmia, cigana,
Três almas em um corpo eterno.
Imortal, porém sempre em busca
Da essência fugaz da vida.


segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Sonhei com ovelhas de cor bordô




Sonhei com ovelhas de cor bordô,

rebordosa estava eu, inquieta.

Neste teatro onírico do subconsciente,
onde o absurdo dança com o sublime,
vi-me pastoreando pensamentos carmesins,
cada balido, um enigma a ser decifrado.

Rebordosa, sim - à beira de um precipício de ideias,
onde a lã se tece com fios de inquietação.
Será que conto ovelhas para dormir,
ou elas me contam para que eu desperte?

Em um mundo onde o normal é cinza,
sonhar em bordô é um ato de rebeldia.
Que mistérios se escondem nestes sonhos pigmentados?
Que verdades se revelam nesta inquietude noturna?

Acordo, e o mundo parece desbotado.
Mas em algum lugar, além do horizonte da consciência,
um rebanho bordô pasta serenamente,
esperando meu retorno ao reino dos sonhos.

Obsessão por Rosas


pétalas vermelhas aveludadas como sangue coagulado não consigo parar de tocá-las sua textura me hipnotiza o perfume invade meus sentidos me transporta para jardins secretos onde cada flor sussurra segredos antigos rosas rosas por toda parte brotando das paredes do teto do chão elas crescem dentro de mim suas raízes entrelaçadas com minhas veias espinhos perfuram minha pele mas a dor é doce um lembrete de que estou vivo e elas também vivas pulsando com uma energia que não consigo compreender totalmente quero me afogar em um mar de rosas mergulhar em seu aroma intoxicante até que não haja mais nada além de vermelho e perfume e suavidade cada rosa é única um universo em miniatura de beleza e mistério conto as pétalas obsessivamente um dois três quatorze vinte e uma nunca é o mesmo número duas vezes as rosas zombam da minha tentativa de entendê-las elas são caprichosas mutáveis como o amor que representam amor ah o amor tão belo tão cruel como as próprias rosas atraentes e perigosas não consigo dormir sem um buquê ao lado da cama seu perfume infiltra meus sonhos tingindo-os de carmesim e ouro acordo com pétalas nos lábios não sei se as comi durante a noite ou se elas cresceram dentro de mim brotando de meu coração faminto por beleza planto rosas em cada centímetro do jardim elas sufocam todas as outras plantas mas não me importo só há espaço para rosas em meu mundo monocromático de vermelho e verde coleciono variedades raras gasto fortunas em bulbos exóticos cada nova flor é um tesouro a ser adorado fotografado preservado para a eternidade seco pétalas entre as páginas de livros de poesia transformo minha casa em um santuário de rosas pinturas de rosas tapeçarias de rosas esculturas de rosas até o papel de parede é um emaranhado de rosas trepadeiras às vezes penso que estou ficando louca mas então uma rosa desabrocha e toda a loucura faz sentido pois como se pode ser são em um mundo que produz tal beleza como se pode não ser consumido pela perfeição de uma única rosa multiplicada ao infinito rosas rosas rosas elas são meu início meu fim minha obsessão minha salvação minha ruína minha eternidade.



domingo, 24 de novembro de 2024

Solidão Noturna

A noite se estende como um gato preguiçoso
    Lambendo feridas invisíveis com sua língua de veludo negro

Conto ovelhas
    1... 2... 3...
        Elas se transformam em lobos
            Uivando para uma lua que se recusa a aparecer.