3 Conto da Vampira: maio 2025

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quinta-feira, 1 de maio de 2025

Meu Amor, Meu Jardineiro

 Ele dizia que me regava com amor.

Mas eu só sentia o peso das podas.
Cortava tudo o que crescia fora da linha,
Como se eu fosse um buquê de obediência.

Agora cresço torta, venenosa, magnífica.
Minha seiva é vinho seco e ironia.
E ele? Ah, ele que vá regar outras tolas,
Pois esta rosa já plantou espinhos na memória.

"A Rosa e o Riso"

 Ela riu... e caiu uma pétala.

Riu de novo, e o espinho dançou.
A rosa, arrogante, se achava eterna —
Mas esqueceu que até o riso fere, mon amour.

Ser flor é saber que a beleza se vinga.
Que o aplauso é um corte elegante.
E o silêncio? Ah... o silêncio é a raiz.
Tudo o que sangra, floresce — enfim.

Jardim de Ferrugem

 

As rosas brotam, mesmo quando o solo grita,
Mesmo quando a ferrugem cobre as raízes.
Beijam o sol com lábios de sangue,
E caem — como todas as promessas bonitas.

Eu cultivei dor em vasos de porcelana,
Chorei em regadores de prata velha.
E mesmo assim, elas florescem,
Como se não soubessem que estão morrendo.