Ele dizia que me regava com amor.
Mas eu só sentia o peso das podas.
Cortava tudo o que crescia fora da linha,
Como se eu fosse um buquê de obediência.
Agora cresço torta, venenosa, magnífica.
Minha seiva é vinho seco e ironia.
E ele? Ah, ele que vá regar outras tolas,
Pois esta rosa já plantou espinhos na memória.