Depois do meus 33
Vinhos,versos e veias |Covil Digital de uma vampira Insone....
segunda-feira, 23 de junho de 2025
quinta-feira, 1 de maio de 2025
Meu Amor, Meu Jardineiro
Ele dizia que me regava com amor.
Mas eu só sentia o peso das podas.
Cortava tudo o que crescia fora da linha,
Como se eu fosse um buquê de obediência.
Agora cresço torta, venenosa, magnífica.
Minha seiva é vinho seco e ironia.
E ele? Ah, ele que vá regar outras tolas,
Pois esta rosa já plantou espinhos na memória.
"A Rosa e o Riso"
Ela riu... e caiu uma pétala.
Riu de novo, e o espinho dançou.
A rosa, arrogante, se achava eterna —
Mas esqueceu que até o riso fere, mon amour.
Ser flor é saber que a beleza se vinga.
Que o aplauso é um corte elegante.
E o silêncio? Ah... o silêncio é a raiz.
Tudo o que sangra, floresce — enfim.
Jardim de Ferrugem
As rosas brotam, mesmo quando o solo grita,
Mesmo quando a ferrugem cobre as raízes.
Beijam o sol com lábios de sangue,
E caem — como todas as promessas bonitas.
Eu cultivei dor em vasos de porcelana,
Chorei em regadores de prata velha.
E mesmo assim, elas florescem,
Como se não soubessem que estão morrendo.
quarta-feira, 5 de março de 2025
Eu derramei o vinho, minhas mãos tremiam
eu lambi o vinho do chão suado com meu coração machucado
fluente em dor, sua voz treme em meu coração
o medo me afasta de tua boca
você estava nos meus sonhos, você era meu anjo
que bebia em meus seios o vinho puro do amor
a noite escorre entre meus dedos como o vinho derramado
manchas vermelhas nas paredes do meu peito
engasgo com as palavras não ditas
seus olhos são taças vazias que não consigo preencher
danço sozinha em meio aos cacos de vidro dos nossos silêncios
o gosto amargo da espera fermenta em minha língua
você me embriaga mesmo ausente
meu corpo é uma adega abandonada guardando memórias que ainda não aconteceram
de quando seus lábios provaram minha pele como se fosse o último gole
agora tremo na abstinência de seu toque
enquanto as horas gotejam lentamente como vinho em ferida aberta
e eu me afogo em sonhos cor de borgonha
Eu delirio nas nuvens te desejando.
Luciana A.Schlei
terça-feira, 28 de janeiro de 2025
L'ange de diamant
Anjo diamante
Persona inconstante
Sabedoria anarquista
De improviso de artista
Asas de cristal partido
Voando sem destino
Entre o céu proibido
E o inferno infinito
Brilho de estrela caída
Na noite dos mortais
Uma graça corrompida
Nos becos marginais
Anjo de luz difusa
Dançando entre dois mundos
Sua beleza confusa
Seduz os moribundos
Diamante lapidado
Pelo tempo e pela dor
Um anjo machucado
De infinito esplendor.
Praia grande|28 de janeiro 2025
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
ARQUITETURA DE MEUS VÍCIOS
Arquitetura de meus vícios,
Colunas de absinto sustentam
Paredes do meu desejo
Caindo em ruínas...
Cada vício, um quarto secreto
Cada garrafa, uma porta entreaberta
Para labirintos de esquecimento
Onde a razão não penetra
Meu corpo é um território ocupado
Por exércitos de prazeres
Destruindo fronteiras
Da moral, da decência
Sou templo e prostíbulo
Sagrado e profano
Arquiteta de minha própria
Demolição lenta.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Ela o amou com seus espinhos...
...
Eagora o destroi com o mesmo
Acusando-o de agressão
O agride pelas costas
Com espinhos da solidão.|■■■
Psiu no horizonte
Ouviu tão gentil
Oum psiu no horizonteum misterio triunfante
calorosa presença distante,
que nutre a alma que esta presente
quem será aquele que chama ?
(tão intrigante),,.
olho para o sol no horizonte
vejo uma sombra que se esconde ,
se manifesta como um fantasma,
foge como o diabo da cruz no monte.
quem é esta voz tão constante?
ouço não vejo,vou a frente sem almejo
por um minuto temo,
era apenas o reflexo do que fui ontem.
16/01/25 -praia grande SP