Espinhos afiados não escondem a dor .
Sorrisos de plásticos,bochechas coradas de blush...
Na noite de sobretudo negro,
Uma alma obscura se aproxima.
Sinto arrepios percorrendo meu pescoço,
Procuro uma saída mas não encontro
Perco-me pelas vielas estreitas,
Cada beco sem saída.
O eco dos meus passos Ressoa no silêncio.
Então vejo: olhos amarelos Brilhando na escuridão.
Seus dentes cravam-se em meu pescoço,
Esta criatura sem alma, Sem rosto.
O sangue escorre quente,
Minha visão se turva.
Sinto a vida escapar
Por entre seus lábios frios.
O mundo se desfaz
Em sombras dançantes.
Minhas pernas cedem,
Caio sobre as pedras úmidas.
E então, o silêncio... Apenas o vento sussurra Meu nome pelas vielas vazias. Agora sou eu Que caminho sem alma, Sem rosto, Procurando na escuridão Outro pescoço Para saciar esta sede Que nunca se apaga.
Eu derramei o vinho, minhas mãos tremiam
eu lambi o vinho do chão suado com meu coração machucado
fluente em dor, sua voz treme em meu coração
o medo me afasta de tua boca
você estava nos meus sonhos, você era meu anjo
que bebia em meus seios o vinho puro do amor
a noite escorre entre meus dedos como o vinho derramado
manchas vermelhas nas paredes do meu peito
engasgo com as palavras não ditas
seus olhos são taças vazias que não consigo preencher
danço sozinha em meio aos cacos de vidro dos nossos silêncios
o gosto amargo da espera fermenta em minha língua
você me embriaga mesmo ausente
meu corpo é uma adega abandonada guardando memórias que ainda não aconteceram
de quando seus lábios provaram minha pele como se fosse o último gole
agora tremo na abstinência de seu toque
enquanto as horas gotejam lentamente como vinho em ferida aberta
e eu me afogo em sonhos cor de borgonha
Eu delirio nas nuvens te desejando.
Luciana A.Schlei
Anjo diamante
Persona inconstante
Sabedoria anarquista
De improviso de artista
Asas de cristal partido
Voando sem destino
Entre o céu proibido
E o inferno infinito
Brilho de estrela caída
Na noite dos mortais
Uma graça corrompida
Nos becos marginais
Anjo de luz difusa
Dançando entre dois mundos
Sua beleza confusa
Seduz os moribundos
Diamante lapidado
Pelo tempo e pela dor
Um anjo machucado
De infinito esplendor.
Praia grande|28 de janeiro 2025
Arquitetura de meus vícios,
Colunas de absinto sustentam
Paredes do meu desejo
Caindo em ruínas...
Cada vício, um quarto secreto
Cada garrafa, uma porta entreaberta
Para labirintos de esquecimento
Onde a razão não penetra
Meu corpo é um território ocupado
Por exércitos de prazeres
Destruindo fronteiras
Da moral, da decência
Sou templo e prostíbulo
Sagrado e profano
Arquiteta de minha própria
Demolição lenta.
...
Eagora o destroi com o mesmo
Acusando-o de agressão
O agride pelas costas
Com espinhos da solidão.|■■■
Ouviu tão gentil
Oum psiu no horizonte
... A rosa ainda se lembra de mim
Em suas polaridades desreguladas...
... irmã de espinhos afiados ... sim
Te extranõ .
| por pensar que era unica dona do jardim.|
(Ela inteiramente ja havia roubado a Rosa de outros lugares e acreditava ser unica dona).
Há tantos jardins e rosas
Tantas prosas.
Mas sua obsessão por rosas
É sem fim.
... suplemento de passagens secretas.
Sou teu delirio,teu sonho
Toque seus labios em minha nuca
Ou esqueça -me em teus sonhos.